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Esquina do tempo por Brito-Semedo © 2010 - 2015 ♦ Design de Teresa Alves
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Brito-Semedo, 5 Mai 12
Fotógrafo Jorge Martins, ‘Recolha Património Fotográfico de Mindelo-CV’ - Da esq. para dir: Jorge Barbosa, Guilherme Chantre, Bento Levy, José Duarte Fonseca, Santa Rita Vieira, (...), Baltasar Lopes, Júlio Monteiro, Júnior, Manuel Serra e Aurélio Gonçalves. Foto anos 40/50.________________
Bisca Tropical
Imaginem este quadro, surrealista e jocoso: Praça Nova (1936).
Jaime Figueiredo jogando a bisca versus Rendall Leite, o douto germanista. Subitamente, Figueiredo joga o ás sobre um duque.
Nhô Djunga Fotógrafo, fingindo-se irritado, exclama: - Homessa! Será que o Pavão de Lata foi quem o mandou jogar o ás?
Manuel Lopes diz: - Não respondo à pergunta, que eu não vi nada.
Bastasar Lopes solta uma estrondosa gargalhada. “Vá lá que o Jaime nunca soube o que é jogar a doer”, pensou mas não disse.
Jorge Barbosa diz: - Figueiredo precisa de óculos, é só ir ao João Lopes.
Aurélio Gonçalves conclui, indulgente e filosoficamente: - Figueiredo distraiu-se, acontece aos melhores.
Para terminar, falou Jaime de Figueiredo: - Alucinação alcoólica, sou um barco ébrio.
Rendall Leite, de pé: - Games is over, adieu sweet Prince.
Manuel Ferreira, o cronista, chegaria ao Jardim de Epicuro, ou seja, à referida praça quando rebentou a guerra de todas as guerras, razão por que de tal bisca a céu aberto não fez menção nem registo. Em tempo: faço-o eu, nascido Cinco Anos Depois, por coincidência a única fita que Marlon Brando assinou.
P.S. – O Pavão de Lata, um hipotético romance de J. Figueiredo, continua a ser um mistério. João Cleófas Martins (Nhô Djunga), à semelhança de Juan Rulfo, era professor e fotógrafo. O restante, excepto as pessoas nomeadas, é pura ficção.
Nota final à guisa de epitáfio: à data eram personagens em busca de um palco. Quem nos dera tê-los de novo, ainda que seja para a bisca do adeus.
- Arménio Vieira, Pracinha da Escola Grande (Praia), 27 de Abril de 2012
Um pouco de Arménio Vieira na primeira pessoa;
Esquecer!? Ninguém esquece…
Suspende fragmentos na câmara escura, que se revelam à luz da lembrança...
Corrigido no texto. Grato pela correção. Abraço.
Ele nasceu em 1824.
Grato pela partilha destas informações que enrique...
Devido à oportunidade de realizar pesquisas sobre ...
Já está disponível e pode ser baixado em PDF a par...
Monólogo na Varanda ( excerto)
( Capítulo da novela " RECAÍDA" )
(façam o favor da a ler... quem precisar ...fale comigo)
Com a noite a cair, a varanda escurece a pouco. O pavimento é cimentado e,como uso sapatos com sola de borracha, não se ouve o ruido dos meus passos. É uma varanda comprida, ainda assim, coberta com telha de barro, escada para o quintal e portas várias, fechadas a esta hora. Apenas a do quarto da Mamã está aberta, deixando passar a luz fraca de uma lâmpada, que foge obliquamente e tomba no quintal, desenhando no solo um curto losango de claridade. De instante para instante, a treva adensa-se, sem pressas, com gradações subtis, como tecido que a noite estende e retinge de escuro cada vez mais carregado.
De ponta a ponta, chegando a uma, voltando até outra, passeio lentamente, agora fumando..."Obedeço, provàvelmente, ao ritmo de qualquer movimento interior que exige esta sucessão alternativa de movimento e de paragem, ou, talvez, a uma necessidade subconsciente de quebrar a monotomia apaziguadora deste vai-vem intérmino. <de luto e com o ranger dos meus passos amortecidos, quase imperceptível, pareço -- com certeza -- uma sombra movendo-se na sombra.
<fez, hoje, precisamente, quinze dias que faleceu o Papá. É a primeira vez que meu pensamento consegue romper, nalguns pontos, o enleio da sua tragédia. Desvaneio: despontam-se ideias, figuras tomam vulto, esquecem..."
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