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Magazine Cultural a divulgar Cabo Verde desde 2010
Brito-Semedo, 26 Mai 12
António Luís Delgado, o maior proprietário rural de Santo Antão, conhecido como sendo o "benemérito proprietário", por ser extremamente generoso com as populações da região, deu sempre uma preciosa ajuda aos flagelados pela fome e varíola e evitou contágios da doença através da aplicação de preciosas medidas preventivas.
Constantemente visitado por muitas pessoas das redondezas que permaneciam nos anexos das suas casas, era também comum a visita de entidades oficiais e governadores.
Desenvolveu a Ilha de Santo Antão, construindo pontes e estradas com o consentimento do Governo Português, destacando-se o papel fulcral que desempenhou ao proporcionar o desenvolvimento do sistema hidraúlico e consequente distribuição de água, através da implusão de uma mina no norte desta ilha e a construção, durante 3 anos de intenso trabalho, de uma conduta de água com seis km, percorrendo trajectos de orografia complexa, o que obrigou a que fosse construído um túnel de dezenas de metros para vencer a gravidade. Uma verdadeira obra de engenharia hidráulica do séc. XIX que surpreende alguns técnicos que a estudam pelas soluções encontradas, dimensão e pela coragem de António Luís Delgado.
Ajudou muitas famílias, dando grande apoio em termos financeiros, por forma a suportar os estudos dos membros dessas famílias, o que também demonstrava a característica própria dos cabo-verdianos traduzida na grande preo¬cupação em não descurar a educação.
António Luís Delgado deu sempre grande ênfase à leitura de manuais/tratados únicos sobre ciência e esta dedicação permitiu que con¬seguisse curar vários leprosos. Quando alguém adoecia com lepra era isolado e apenas ele entrava no local onde se encontrava essa pessoa. Nas suas casas em Santo Antão tinha autênticas bibliotecas com livros raríssimos, mas toda a sua dedicação e empenho foram mal avaliados pela Igreja e, muitas vezes, foi apelidado de bruxo. Esses livros viriam a desaparecer, sendo dito que, antes de falecer, mandou queimá-los e enterrá-los.
Sempre muito interventivo e defensor acérrimo dos mais desfavorecidos, foi o Presidente da Comissão de Assistência, e para fazer face à crise de fome vivida no ano de 1921, desempenhou um papel fulcral acusando a administração do concelho do Paúl, com provas documentais, de contrariar a missão da referida Comis¬são em “acudir os desgraçados que sucumb(em)iam aos horrores da fome por falta de socorros”. Esta Comissão acusou a administração do Paúl de ter os armazéns dos Carvoeiros, actual Porto Novo, re-pletos de milho, não fornecendo aos próprios trabalhadores, com a agravante do Paúl ser, naquela data, o celeiro de toda a Ilha. Esta acusação foi enviada ao Governador, o qual deu total apoio à Co-missão de Assistência.
Devemos também relembrar que num despacho da Secretaria Geral do Governo, de 26.12.1903, com a “relação das medalhas e diplomas auferidos por expositores da província de Cabo Verde e enviados pela Inspecção Geral da Secção Portuguesa para serem distribuídos aos interessados” consta o nome de António Luís Delgado, produtor de aguardente, que recebeu na Exposição Universal de Paris, em 1900, uma menção honrosa e uma medalha de bronze, premiando a elevada qualidade deste produto.
António Luís Delgado, um Homem verdadeiramente empreendedor, meu trisavô, pai de Mariana Delgado Jardim e sogro de José Pereira Jardim.
- Sónia Jardim, Portugal
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