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Grupo Ténis - José Orlando Carvalhal.jpg

Foto anos 60, gentilmente cedida por José Orlando Carvalhal

 

Legenda (de pé): Orlando Carvalhal, Néné de Nhô Antão, Dr. Gregório Chantre, Djô Dias, Julim Lopes; (agachados) Toi Pombinha, Jorge Sena Pinto, Américo, Tuta Melo, Tchitcha e Germano.

 

Com origens que datam dos séculos XI ou XII, o ténis nasce pelas mãos dos monges franceses que depressa contagiaram toda a nobreza europeia, contabilizando-se, apenas em França, mais de 1800 courts… isto em pleno século XIII. Apesar de manter, ainda hoje, algumas características de elite, a verdade é que, nos dias que correm, o ténis está ao alcance de todos.

 

Sabia que os quatro torneios mais importantes do mundo são o Australia Open, o Roland Garros (França), o Wimbledon (Inglaterra) e o US Open (E.U.A.)? E que ganhar o Grand Slam é ser o vencedor destes quatro torneios no mesmo ano? Ou o facto de, em ténis, a palavra love significar zero? Se sim, óptimo, está no bom caminho! Se não, há que perceber pelo menos um pouco da modalidade à qual se decidiu dedicar: faça alguma pesquisa, adquira um livro e aprenda os termos do jogo, as melhores técnicas, as posições correctas e, porque não, as incorrectas.

 

Clube de Ténis do Mindelo
 

O ténis pode ser jogado por singulares (duas pessoas) ou por pares (duas equipas de duas pessoas) e realiza-se num campo, ou court, rectangular (cerca de 23,77 m de comprimento por 8,23 m de largura para uma partida de singulares e um pouco mais largo para uma partida de pares). O campo está marcado por linhas brancas que indicam a linha de base e a linha de serviço, encontrando-se ainda dividido a meio por uma rede de malha suspensa. O piso pode ser de relva (verdadeira ou artificial), saibro (uma superfície que mistura argila e areia), cimento, asfalto, terra batida ou sintético. Com o recurso a raquetes e uma bola, o objectivo dos tenistas é fazer com que a bola atravesse para o lado o

posto do campo sem tocar na rede.

 

Ansioso por pisar o court e dar uso à raquete, mas ainda não percebeu o sistema de pontuação? É fácil: precisa de ganhar quatro pontos para vencer um jogo, seis jogos para ganhar um set e dois sets para ser o vencedor da partida ou match. Para marcar um ponto, a bola deve tocar o solo do campo adversário duas vezes, de forma que o seu adversário não consiga devolvê-la antes do segundo toque, ou que a devolva para fora dos limites do campo oposto. Um jogo é pontuado da seguinte forma: 

 

Zero = Love 

1.º ponto = 15 

2.º ponto = 30 

3.º ponto = 40 

4.º ponto = Jogo 

 

Para começar a mostrar o que vale, eis alguns dos passos que precisa de saber: 

 

Posicionados em lados opostos da rede, o jogador que põe a bola em jogo é o servidor e o jogador que recebe a bola servida é o recebedor; 

 

Para servir, posicione-se atrás da linha de serviço e segure a bola numa mão e a raquete na outra (segure a raquete como se tivesse a apertar a mão a alguém); 

 

Lance a bola no ar, suficientemente alta para poder bater-lhe com a raquete; 

 

Sirva a bola, batendo-lhe com bastante força, para que ela passe por cima da rede. O ideal é lançar a bola diagonalmente, utilizando o sweet spot da raquete para o fazer (o centro da raquete, onde não há vibração);

 

Quando o seu adversário devolver a bola, deixe-a tocar uma vez no campo, antes de a devolver, golpeando-a sempre no sweet spot. A esta técnica chama-se forehand. O backhand é mais difícil, mas também mais eficaz – coloque as duas mãos na raquete para devolver a bola. Golpeie-a no sweet spot e aponte para cima, para assegurar que ela chegue ao campo adversário.

 

Munir-se do equipamento correcto é tão importante como saber jogar. Visite uma loja de desporto especializada – onde para além de bom material, pode obter bons conselhos – e esqueça as velhas sapatilhas de aeróbica, há que investir num bom par de sapatilhas, específicas para a prática do ténis. Não são a mesma coisa? Não! As primeiras podem causar lesões, por isso, mais vale prevenir do que remediar.

 

Grande parte das marcas conceituadas de roupa desportiva, propõem uma vasta gama de pólos, camisolas, calções e saias exclusivamente desenhadas e confeccionadas para a prática da modalidade. Tradicionalmente, são roupas brancas e leves. Fique a saber que, para pisar o court, deve evitar calções de banho, t-shirts, camisas sem mangas ou sem golas; e que os fatos de treino são aconselhados apenas para o período de aquecimento. Os bonés e outros chapéus próprios são um acessório importante, na medida em que protegem o rosto e os olhos dos cabelos soltos e do sol. Quando jogar em pares, os jogadores devem estar vestidos o mais parecido possível (tipo e cor do vestuário). 

 

De cor branca e amarela, uma bola de ténis é, por norma, oca e composta de borracha inflada. Coberta por um tecido felpudo, constituído por lã e fibras artificiais, pesa entre 57,7 e 58,5 gramas e tem um diâmetro de 6,35 a 6.67 cm. Como existem vários tipos de bola, estas devem obedecer às características aprovadas pela International Tennis Federation. Não poupe nas bolas, vai precisar de muitas na fase inicial! 

 

Composta por um aro, superfície de batimento e cabo, o tamanho, modelo e peso das raquetes de ténis variam muito. Para escolher a sua primeira raquete considere os seguintes pontos:  O aro da raquete não deve exceder os 73,7 cm em comprimento (incluindo o cabo) e os 31,7 cm em largura. Ao longo dos anos, as raquetes têm vindo a “perder peso”, por isso, a escolha deve ir sempre para uma raquete leve, que facilita e potencia os serviços. As raquetes muito pesadas podem reduzir os níveis de performance e, pior, causar lesões.  A superfície de batimento não deve exceder os 39,4 cm em comprimento e os 29,2 cm em largura. Regra geral, as raquetes com uma superfície de batimento maior permitem serviços com mais força e um sweet spot maior, sendo as mais indicadas para principiantes. O cabo é normalmente coberto por uma fita de couro ou de borracha e o seu tamanho é fundamental para poder segurar e manusear a raquete de forma confortável. Uma boa maneira de assegurar o tamanho certo é quando o cabo permite ajustar o dedo indicador entre a sua mão e a raquete.

 

Não faltam associações, clubes e ginásios a oferecer lições de ténis, muitas vezes a preços bastante acessíveis. Mais importante do que lançar bolas contra a parede da sua garagem, é aprender, com profissionais, as posturas certas, os serviços mais eficientes e como evitar aleijar-se! De que está à espera? Escolha o nível e o horário mais conveniente e comece já hoje!

 

Se decidiu entrar de cabeça no ténis, então entre também com o pé direito e não tente tornar-se no próximo André Agassi ou Serena Williams de um dia para o outro. Tenha paciência e saiba quando parar. Como em qualquer modalidade, também o ténis tem a sua quota-parte de regras e regulamentos, de técnicas e tácticas. Acha que a Steffi Graf ganhou o Grand Slam em 1998 graças a meia dúzia de lições no ginásio da esquina? Não descure a formação, nem o treino. Aperfeiçoe-se como futuro tenista!

 

A lição mais importante é que, acima de tudo, praticar ténis é uma óptima maneira de conhecer novas pessoas, de se divertir e de manter a forma. Pode nunca chegar ao ranking mundial, mas vai, com certeza, orgulhar-se do tenista em que se tornou. Por isso, boas partidas! (Fonte)

 

Eduardo Cabral numa partida de ténis em São Vicente, 1936. Foto gentilmente cedida pela sobrinha-neta, Sónia Jardim

 

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9 comentários

De ZITO AZEVEDO a 15.11.2012 às 01:06

Têm sido dias gloriosos, estes, em que aqui na Esquina damos de caras com gente do nosso tempo, que praticava desporto e não fazíam má figura, apesar de as modalidades serem, todas, importadas...Um dia, ainda vou aqui aparacer eu e os meninos da minha rua de Senador, numa animada partida de "corrida-a-pau"!!!

De Joaquim ALMEIDA (Morgadinho) a 15.11.2012 às 08:50

Caro amigo Zito , acho muito boa a tua ideia e terei muito gosto em participar contigo nesta partida de ( corrida - a - pau, levando comigo uma equipa da Rua Antonio Nola . Avisa-me , quando marcares a data !..

Morgadinho ;

De zito azevedo a 15.11.2012 às 15:34

Morgadinho, meu bom amigo, isso vai levar algum tempo pois não sei onde a malta para...Imagina que ando há anos a tentar entrar em contacto com o Jorge Humberto...Quanto à "corrida-a-pau" creio que será uma remeniscência do muito americano Baseball em que, aliás, parece que os japoneses são mestres...
Enfim, meu caro, resta-nos a saudade das coisas muito boas que vivemos na santa terra e dos amigos que conseguimos conservar nos nossos corações...
Abração, do Zito!




 

De Joaquim ALMEIDA (Morgadinho) a 16.11.2012 às 13:49

Caro amigo Zito ; dizem que , recordar é viver e sinceramente estou de acordo pois com essa troca de comentàrios com os meus amigos, através da " esquina do tempo " , vou revivendo aqueles bons tempos , o que infelizmente como jà disse vàrias vezes , aqueles bons tempos , jà nao voltam mais . Lamento bastante , apesar dos teus esforços nao ter conseguido entrar em contacto com Jorge Humberto ; creio que êle vive ainda em Macau !...Outro " bom criôl " !..

Aquele abraço;
Morgadinho !

De Valdemar Pereira a 15.11.2012 às 11:15


Vou aparecendo, para de vez enquanto, dar uma opinião de "decano" e (desculpem) de pessoa que esteve ligada ao ténis e ao golfe desde criancinha pois, além de ser desporto paterno, o arranjo dos paus de golfe e das raquetes foi trabalho de uma só pessoa que até servia a então Guiné Portuguesa: meu Pai.
Pelos ingleses da Western onde trabalhava, conseguiu material para encordoar as raquetes, esticar as cordas e substituir algumas. Além de ferramentas necessárias, haviam as cordas conhecidas por "tripas de gato" que eram importadas da Índia e fornecidas por duas ou três casas mas o negócio se fazia pela que mais facilidades dava: a Sialkot Sing & Bros. Hoje existem máquinas para encordoar em tempo recorde e não substituem as cordas de nylon mais baratas. Outrora isso era feito à mão.
Lembro-me da grande azáfama e dos pedididos da última hora por uma corda partida na véspera de um desafio ou um telegrama de Bissau informando que as raquetes chegariam em tal barco e, pediam para que fossem devolvidas logo no barco seguinte.
Mas, nem toda a gente pagava. Não que pregassem calotes; é que o meu Pai tinha imenso prazer em ajudar os jovens "québróde".
E o mesmo sucedia com os paus de golfe. Partia-se a parte de madeira e o meu Pai tinha o seu segredo para arranjá-los com grude quente que utilizavam os carpinteiros e uma linha especial que depois era banhada pelo mesmo grude.
Os ingleses deitavam-nos fora até quando viram que o arranjo dava certo mas, na maior parte das vezes, os paus eram recuperados e oferecidos à miudagem que começa a aprendizagem com um stick feito de arame. A bola que utilizavam era uma muito usada ou era um simples osso.
Quem se lembra disso tudo? Poucos e quem sabe fa-se de esquecido. Por isso deixo o meu testemunho para verem como os campeões nacionais começaram a ser os grandes golfistas que nunca temeram os "british".
Ao mesmo tempo, se me permitirem, faço uma homenagem a quem poucos se lembram e de quem ninguém fala: - Hermínio de Telegraph

De zito azevedo a 15.11.2012 às 15:42

Meu caro Valdemar
Muito me agradou este teu texto e acompanho-te na homenagem ao grande Hermínio...
E aproveito a oportunidade para homenagear outra figura do ténis mindelense (e não só...), meu amigo do peito, colega de profissão elemento da equipa de arbitragem de futebol que também contava comigo e com o Muna, todos da Drogaria do Leão, infelizmente já falecido, o inesquecível Ernesto Medina, um jogador que eu nunca vi perder, nem contra o Didi...A minha saudade!
Abraços, do Zito!

De Valdemar Pereira a 15.11.2012 às 15:58

Muito obrigado, Zito, por teres associado a esta modesta homenagem ao meu Pai.
Ele sempre levou uma vida modesta e, se vivesse, havia de me dizer "cala a boca"
Um abraço sanvicentino
Valdemar

De Joaquim ALMEIDA (Morgadinho) a 16.11.2012 às 11:28

Meu caro companhêr de escola; apreciei muito o teu texto falando da historia do tenis , (trazido pelos britânicos naturalizado Mindelense ). Mas o que mais me sensibilizou foi a boa vontade do Sr. Herminio , - teu pai - , reparando as raquetes e mesmo paus de golfo , material que naquela altura custava caro e quase que na havia no mercado , é prova de amôr pelo desporto naquele tempo na nossa terra. O comportamento do teu pai , que se pode dizer nos bastidores , participando na implantaçao daquelas modalidades em Sao Vicente , sem condiçoes financeiras naquele tempo, é de se considerar louvàvel !.. Faz me lembrar os meus primeiros passos na mùsica , como trompetista , sem um instrumento em condiçoes , que me obrigava a tapar os buracos da campânula e dos culissos com sabao, para que o son pudesse sair
mais ou menos puro, Isso nao me obstou executar pela primeira vez, " Harlem Nocturno " no teatro do Grémio Castilho na peça Clandestinos no Céu !..Isso gràças ao convite que me fizestes !..
Aquele abraço ;
Companher !..

De Valdemar Pereira a 16.11.2012 às 12:23


As tuas palavras muito me sensibilizam porque traduzem, antes do mais, o reconhecimento por um desportista que tanto ajudava os jovens como podia. E... não foram poucos os jeitos que deu. Ainda com uns 82 anos ia jogar com pessoas que lhe pediam conselhos em matéria de golfe.
Outra coisa - e esta muito te honra - é falar da tua passagem pelo(s) teatro(s) do Castilho. O convite que te fiz para participar não foi um "pistão ao Cumpanher d'Escola" mas foi mais para uma 'promessa da mùsica' que mostrou depois o bem fundado da escolha no tempo e no espaço. E "Harlem Nocturno" foi o preâmbulo de dias iluminadissimos em Cabo Verde e por esse Mundo fora.

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