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Esquina do tempo por Brito-Semedo © 2010 - 2015 ♦ Design de Teresa Alves
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Magazine Cultural a divulgar Cabo Verde desde 2010
Brito-Semedo, 5 Abr 10
Rua de Lisboa, Mindelo
– Meninos, estava cá deitada a pensar comigo mesma que está na altura de darmos uma demão de cal nesta casa! Mais a mais porque as festas estão a chegar! Tenho de começar a pôr uns tostõezinhos de parte para comprar uns quilos de cal, não muito porque a vida não está a dar para mais. Ouvi dizer que lá na Drogaria de Nhô Céza tem uma boa cal da Boa Vista[1]! A de Lisboa é muito cara! Que achas Xanda?!
– Tá dret, Mãi Liza! Eu já tinha pensado nisso. Posso até pedir um adiantamento no meu serviço para poder ajudar! Ah, lembrei-me agora que Nha Comadre Chiquinha tem um dinheiro para me dar, já faz tempo. Vou amanhã mesmo falar com ela, sem falta!
Recordo ou imagino (?!) este diálogo entre a minha Avó, a minha Mãi Dona, e a Mãi Xanda.
Foi esta a imagem que, num ápice, me veio à mente quando li a proposta da Trêza, a responsável pela dinamização e destaques da Comunidade da SAPO Cabo Verde, que também é Designer:
“Tenho acompanhado o seu blog que promete transformar-se num enorme e valioso depositário de memórias e alicerces da Cultura de Cabo Verde. Assim, para além de o ter colocado em destaque na homepage do SAPO Cabo Verde (http://www.sapo.cv) e na homepage dos Blogs SAPO CV (http://blogs.sapo.cv), gostaria de elaborar um layout exclusivo para o seu blog”.
A abordagem deixou-me desarmado e sem argumentos e só tinha de aceitar a cal de Lisboa, adquirida nas melhores drogarias, com pincel da mais alta qualidade e mão-de-obra especializada incluída.
É assim que o SAPO nos brinda, a mim e aos que me lêem, refrescada e pintadinha de fresco, do telhado até ao chão, com esta Na Esquina do Tempo!
Apetece-me fazer um post – este – e colocá-lo em lugar de destaque com os seguintes dizeres: “Cuidado! Não encostar Na Esquina! Pintado de fresco!”
Acabo por me decidir por algo em tom mais ameno e apelativo: “Venham ver como Na Esquina do Tempo ficou mais bnitin e revisitar as estórias de diazá!”
Obrigado, Trêza! Obrigado, Equipa do Sapo Internacional! O vosso trabalho está um brinquinho!
- M. Brito-Semedo
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[1] Havia também a cal da Ribeira de Julião e da Seladinha de Cal, que era mais barata, mas essa era usada na argamassa da construção civil e não para caiar.
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