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Dr. Arnaldo França Faleceu Há 1 Ano

Brito-Semedo, 19 Ago 16

  

Arnaldo França.jpg

 

Arnaldo Carlos Vasconcelos França

 

Praia, 15.Dezembro.1925 – 18.Agosto.2015

 

 

O Esquina do Tempo teve acesso às cópias dos textos disponibilidades pelo Dr. Arnaldo França à Doutora Amália Melo Lopes por ocasião da Semana da Língua Materna 2012  na Uni-CV (uma delas tem assinatura, tornando-se, por isso, uma preciosidade), que os digitalizou, sendo validados por ele. Alguns destes textos terão sido publicados no jornal A Semana.

 

Um bem-haja e um agradecimento especial à Professora Amália Melo Lopes pela cedência deste material.

 

 

ABANDONO OU FADO PENICHE

 

David Mourão-Ferreira

 

 

«Por teu livre pensamento

Foram-te longe encerrar.

Tão longe que o meu lamento

Não te consegue alcançar.

E apenas ouves o vento.

E apenas ouves o mar.

 

«Levaram-te, era já noite:

a treva tudo cobria.

Foi de noite, numa noite

de todas a mais sombria.

Foi de noite, foi de noite,

e nunca mais se fez dia.

 

«Ai dessa noite o veneno

Persiste em me envenenar.

Ouço apenas o silêncio

que ficou em teu lugar.

Ao menos ouves o vento!

Ao menos ouves o mar!»

MORNA TARRAFAL

 

Versão crioula de FADO PENICHE, de David Mourão-Ferreira

 

Mó bu cabeça ê sim dono

És fitchabo longi bu casa.

Nim nha tchóro, nim nha grito

Ca ta tchiga djunto bó.

É só mar qui bu ta ôbi.

Bu ca t´ôbi más qui bento.

 

És lebabo nôti fitchado,

Nôti sucuro di treba.

Era nôti cima agôro,

Nôti nim ano di fome.

Era nôti, era nôti,

Ti hoji inda ca manchê.

 

Veneno qu´ês da-m´quêl nôti

Ti góci ê´sta-m´ na sangui.

Na casa, na bu lugar

Só basio fica co mi.

Bó ao menos bu tem bento.

Bó ao menos bu tem mar.

  

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Neta e Avô França

 

 

Gostaria de começar por uma afirmação na qual acredito e que tenho ouvido, por entre várias palavras amigas de consolo, nos últimos dois meses.

 

O nascimento dos filhos é a única forma de driblar a morte. É através da família dos valores e do amor que se transmite de geração em geração, que permanecemos vivos no mundo, por muito tempo depois da nossa partida física.

 

Com esta afirmação, gostaria de vos contar uma história.

 

Em 1925, no dia 15 de Dezembro, nascia Arnaldo Carlos Vasconcelos França. O mais velho dos dois filhos do casal que viria a ser conhecido pela minha mãe e pela minha por Vovó Dulce e Vovô França.

 

Arnaldo começou por ser conhecido por Arnaldico. E porque não Arnaldinho? Porque já existia um…primo Arnaldo, também ele nascido em 1925! Perante este facto, a forma mais natural que se achou, foi chamar-lhe Arnaldico, para que de forma carinhosa, o amor começasse a ser dedicado àquele novo membro da família.

 

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Suspende fragmentos na câmara escura, que se revelam à luz da lembrança...

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