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O Meu 1.º de Maio de Diazá

Brito-Semedo, 1 Abr 12

 

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Casa de esquina onde nasci, Chã de Cemitério, Mindelo. Foto Maria Catela, 2010 

 

 

“A memória nostálgica dos lugares encantatórios […], a vila da infância. Dessa infância, donde vêm as imagens e as emoções que norteiam a vida. Toda a vida: não há flecha que não tenha o arco da infânica” - Manuel Alegre, in Alma, 1995

 

O parto, ocorrido na casa da Chã de Cemitério, na cama da Nha Liza, foi muito difícil e trabalhoso – só viria a acontecer muito tarde da noite, eventualmente de madrugada, depois de muito trabalho – porque o menino era muito gordinho e preguiçoso e a mãe, inexperiente, não ajudava muito.

 

A Nha Júlia, nossa vizinha e minha parteira, contava-me este último episódio vezes sem conta, dizendo naquele seu jeito maroto, que eu tinha “maltratado” muito a Xanda e que, até ela (Nha Júlia) morrer, eu não lhe poderia pagar pela canseira que teve comigo.­ É que ela ficou com o pescoço intriço[1] por quinze dias, pela forma como a Xanda a agarrou durante as contrações e na hora da expulsão da criança!

 

Sempre fui uma criança muito agitada, com “bicho-carpinteiro no corpo” como diziam, e a Xanda relacionava isso com o facto de eu ter nascido nas vésperas da festa de Santa Cruz (1.º de Maio), na Salamansa, dia de muita trupida[2], do tocar-tambor, do colar[3] e de muita confusão, seguida das festas juninas de Santo António e São João, na Ribeira de Julião, e de São Pedro, em São Pedro.

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Mãi Xanda

Brito-Semedo, 4 Set 11

   

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Foto de M. Brito-Semedo, Praia, 2009

 

 

Alexandra Luísa Brito

 

S. Vicente, 24.Fev.1936 – 04.Set.2009

 

 

A Empresa das Águas do Madeiral que, a 27 de Maio de 1886, fez chegar as águas das nascentes do Madeiral e do Madeiralzinho à cidade do Mindelo, está associada a todo o mindelense nascido até aos finais da década de 50, princípios de 60. Depois disso, há os da geração da água dessalinizada – os da água da Jaida[1], nas décadas de 60 e 70, e os da água da Electra[2], depois disso.

 

A água do Madeiral era armazenada no depósito situado no Largo da Estação, hoje Praça Baltasar Lopes da Silva, com a entrada do público para a compra de água – em vales de dois tostões a lata – nas fachadas  maiores do prédio e a entrada geral, do lado que dá para o largo onde hoje é a praça de táxis. Junto a cada uma das entradas postava-se um número razoável de mulheres e meninas a vender de tudo um pouco, especialmente produtos comestíveis, para satisfazer as pessoas que para lá iam, para a bicha, de manhã muito cedo.

 

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Esquecer!? Ninguém esquece…
Suspende fragmentos na câmara escura, que se revelam à luz da lembrança...

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Jornalista e Poeta Eugénio Tavares

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