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Brito-Semedo, 10 Fev 16
Brito-Semedo, 18 Dez 15
Saúdo a cozinha generosa da Dona Cesaltina, aqui evocada pelos amigos Kábá Barbosa e Didia [Conceição Brandão] e pelas netas Dúnia e Maura [se bem que “más kumederas ki fazederas”], cozinha essa feita para quem sabe estar à mesa, saboreando em silêncio ou em amena cavaqueira com os amigos, dando às pupilas gustativas a sua verdadeira função.
Congratulo a Dona Cesaltina por, em boa hora, ter compilado e, sobretudo, pela coragem em partilhar connosco em forma de livro as suas receitas – “receitas simples, de fácil execução, com produtos da nossa terra, embora muitas já em desuso” – e segredos, muitos segredos de cozinha.
Já lá vão dez anos e a 4.ª edição deste Cozinha da Avó – um best seller de 4.000 exemplares (!) – é prova provada da importância deste livro no panorama nacional minguado de livros de cozinha, diga-se, em abono da verdade, que não é reflexo de cozinha pobre ou sem história, mas de hábitos de publicação e de leitura.
Em 2009, quando fiz aqui na Praia a apresentação da Cozinha da Avó, livro 2, afirmava eu que era o quinto e o último Manuel da vida da Dona Cesaltina, melhor dizendo, da “cozinha da avó”, depois de “os quatro Manéis” [Manuel Vieira, Manuel Ribeiro, Manelinho Pina, Manuel Delgado], por direito próprio pelo facto de serem grandes apreciadores de comida de Assomada; do Manuel Veiga, prefaciador da obra. Eu conquistei esse lugar por ser amigo do meu tempo em Santa Catarina, conhecido como homem de conversa solta, escolhido para ser apresentador, agora repetente por não ter sabido dizer não ao pedido-quase-ordem da Célia. O que não faço por si, Dona Cesaltina! Mas desta vez cobro.
Cozinha da Avó, enquanto objecto, é um livro muito bonito, instrutivo e estimulante. Enche os olhos com as belíssimas imagens e desenhos, faz crescer a água na boca com a descrição das receitas da Dona Cesaltina e estimula o apetite de qualquer cristão.
Este livro é para pessoas que gostam de cozinha, de comer bem e de experimentar receitas que as suas avós e mães faziam, por isso, o recomendo.
Brito-Semedo, 25 Nov 15
A posição geográfica de Cabo Verde – situada entre três continentes, a Europa a África e a América – determinou o seu povoamento.
A forma de povoamento criou o tipo crioulo, como fusão das duas correntes imigratórias.
As condições naturais condicionaram a economia e a demografia do território e determinaram a sua História.
Usando os recursos e a produção locais, a dieta alimentar cabo-verdiana é, tradicinalmente, na base do milho e de feijões com carne de porco, “bode capado” e galinha (nas zonas rurais), ou peixe, principalmente atum, chicharro e cavala, em vez de carne (nas zonais litorais).
Vozes da música cabo-verdiana: Cesária Évora, Bana, Lura, Tito Paris e Suzana LubranoAo longo dos tempos, estiveram em voga várias formas musicais das mais diversas origens, como o maxixe, o tango, o galope, a contradança, o bolero, a mazurca, a valsa, a polca, o foxtrot e o samba. Contudo, constitui música popular genuinamente cabo-verdiana, a morna, a coladeira, o funaná e o batuque.
Brito-Semedo, 8 Ago 15
Acaba de ser editado em Londres o livro A Symphony of Flavors: Food and Music in Concert [Uma Sinfonia de Sabores: Música e Comida em Concerto], um trabalho organizado pelo Professor Doutor Edmundo Murray, enquanto vivia em Cabo Verde como professor convidado da Universidade de Cabo Verde.
"Som e sabor comportam uma relação especial, e muitas vezes são apresentados e representados em conjunto. A ligação entre a música e a comida tem sido um campo tradicional para os artistas sugerirem, entre várias emoções, o amor e o desejo sexual, a felicidade, o medo e a revolta, assim como os valores ambientais, urbanos, étnicas e de classe social.
Este livro multi-autor explora a interligação entre música e comida e as suas relações significativas. Com uma abordagem multicultural, os capítulos concentraram-se em vários períodos históricos e culturas do mundo. As ligações entre a música e a comida são exploradas no âmbito das diferentes disciplinas, inclusive a musicologia, a literatura, a antropologia e história. Linhas gerais de uma base teórica são desenvolvidos por especialistas de diversas áreas" (Trad. Zita Vieira Mendes, Docente da Uni-CV).
O livro A Symphony of Flavors: Food and Music in Concert, organizado em 10 capítulos, conta com 3 capítulos dedicados a Cabo Verde, assinados por Izaura Furtado, Manuel Brito-Semedo e Simone Caputo, e deverá ser apresentado na Praia no próximo mês de Outubro.
Ler post anterior sobre o assunto
A Symphony of Flavors: Food and Music in Concert
Edited by Edmundo Murray
This book first published 2015
Cambridge Scholars Publishing
Lady Stephenson Library, Newcastle upon Tyne, NE6 2PA, UK
Brito-Semedo, 3 Jan 15
A Sinfonia de Sabores: Food and Music in Concert, a sair nos inícios de 2015 no Reino Unido, é um livro sobre as relações entre música e comida que explora a interligação entre estes dois aspectos importantes da vida humana e suas relações significativas. Com uma abordagem multicultural, os capítulos em quatro línguas, concentram-se em vários períodos históricos e culturais do mundo (Europa, África, América Latina, Caribe, Oriente Médio).
Brito-Semedo, 28 Jan 14
Assim como as tradições envolvendo o café na Itália, o empreendimento continua firme e recebe milhões de visitantes todos os anos. Hoje, ele leva na fachada a abreviação do nome de seu criador, Floriano Francesconi. Apesar disso, o local foi batizado de “Alla Venezia Triofante” (Uma Veneza Triunfante, em italiano) na inauguração. Entre seus ilustres frequentadores se destacam o filósofo Jean-Jacques Rousseau, o escritor Johann Wolfgang von Goethe, o escultor Amedeo Modigliani e muitos outros.
O local é tão importante que a Bienal de Veneza, criada em 1988, tem parte de suas raízes em suas cadeiras e balcões. O facto é perceptível no tamanho e no número de telas, afrescos, mesas de mármore e espelhos ornados em ouro, além da orquestra sempre presente enquanto os turistas degustam uma bela xícara.
Quando as revoluções explodiam na Europa, também serviu como central para elaboração de planos e estratégias de evitar invasões, além de ter sido utilizado como enfermaria durante os confrontos.
Brito-Semedo, 11 Jan 14
Brito-Semedo, 10 Jan 14

Somos fascinados por tradições, costumes, memórias. Somos, sobretudo, curiosos acerca dos lugares, das pessoas, das histórias. E um espaço que reúne todos estes elementos, e ainda acrescenta boa comida, é especialmente encantador.
Dizem que Ernest Hemingway nunca teve uma afinidade com a cozinha como a que tinha com a máquina de escrever. Mas o homem era dos melhores apreciadores da boa culinária. Prova disso é que o escritor norte-americano foi um dos maiores fãs do restaurante mais antigo do mundo, o célebre “Restaurante Botín”, reconhecido pela excelência de sua cozinha, situado na capital espanhola.
Em 1725, o francês Jean Botín e sua esposa – que mantinham um negócio em Madrid – receberam seu sobrinho, que viera morar com eles. Este sobrinho fundou uma espécie de pousada num antigo prédio, datado de meados de 1590, situado numa região comercial da cidade. Àquela época, a pousada apenas servia assados. Originalmente baptizado com o nome “Casa de Botín”, e mais tarde “Sobrino de Botín”, o local era chamado de “casa de comida”, pois a denominação “restaurante” referia-se somente a alguns raros e exclusivos lugares.
Brito-Semedo, 28 Out 13
Nossas memórias afectivas passam por todos os nossos sentidos, principalmente a recordação daquilo de que mais gostamos e que nos dá prazer: a alimentação. Assim é a culinária e assim foi essa experiência para Vinicius de Moraes. Grande apreciador da boa vida e de suas belezas, o poeta dedicava igual paixão por receitas, pratos e refeições. E isso desde a meninice.
Segundo de quatro irmãos, o carioca Vinicius foi criado a pudins e lombinhos e era de todos o que mais apreciava os sabores da casa materna (já revelando, desde cedo, sua legendária propensão ao hedonismo). As receitas da infância nunca mais abandonaram o imaginário do poeta, que nelas pensava para sentir conforto quando na solidão do estrangeiro em sua época como funcionário do Itamaraty.
Elaborado em três partes, Pois sou um bom cozinheiro foi organizado pela família de Vinicius e conta com prefácio de sua irmã Laetitia de Moraes. Revisitando memórias distintas, cada parte do livro fornece receitas das mais diversas épocas da vida do poeta: a infância num Rio de Janeiro quase interiorano, as cozinhas que frequentou e os bares e restaurantes em que mantinha cadeira cativa - além dos bocados de que mais gostava. Tudo maravilhosamente ilustrado por fotos, trechos de poemas e depoimentos.
Surge assim um Vinicius de Moraes que refaz sua vida (e obra) através da comida. Dos pratos que lembram sua infância e que trazia à memória ao sentir a profunda ausência do Brasil, quando longe dali viveu, Vinicius revivia em detalhes os vatapás e pudins que comia na casa da mãe e avó em descrições irretocáveis o suficiente para que salivemos junto com ele. Também das comidinhas favoritas que sabia cozinhar tão bem e descrevia com o amor do diminutivo, o mesmo que usava para se referir aos seus parceiros e amigos de vida e criação musical. Pois se, de acordo com o próprio autor, para se viver um grande amor era preciso concentração, o mesmo devotava quando cozinhava ou apenas saboreava um alimento. Uma dedicação e um trabalho árduo (mas intensamente reconfortante) ao fazer o que mais amava: apreciar a vida. Fonte - (Ler trechos do livro)
Título: Pois Sou um Bom Cozinheiro
Subtítulo: Receitas, Histórias e Sabores da Vida de Vinicius de Moraes
Organizador: Daniela Narciso, Edith Gonçalves
Editora: Companhia das Letras
Edição: 1
Ano: 2013
Brito-Semedo, 3 Ago 13
Esquecer!? Ninguém esquece…
Suspende fragmentos na câmara escura, que se revelam à luz da lembrança...
Corrigido no texto. Grato pela correção. Abraço.
Ele nasceu em 1824.
Grato pela partilha destas informações que enrique...
Devido à oportunidade de realizar pesquisas sobre ...
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