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A conferência Antes da Bandeira – A Literatura Cabo-Verdiana às Portas da Independência propõe uma reflexão sobre o papel estruturante da literatura na formação da identidade nacional cabo-verdiana antes da independência de 1975. Sustenta-se que, muito antes da existência formal de símbolos como a bandeira, o hino ou o governo, Cabo Verde já se afirmava na palavra escrita. Através de autores como Jaime de Figueiredo, Baltasar Lopes, Jorge Barbosa, Orlanda Amarílis, entre outros, e publicações fundamentais como Claridade, Certeza e Seló, foi-se desenhando uma consciência de país enraizada na experiência insular e na resistência simbólica.

 

A literatura surge como espaço de denúncia, introspecção e projecto. Os temas da seca, da emigração, da fome ou do desemprego ganharam voz na escrita, conferindo-lhe uma dimensão ética e política. A criação literária funcionou como acto de resistência à ordem colonial e como ensaio de autodeterminação. Numa época de censura, escrever era um gesto de liberdade.

 

A evocação deste percurso culmina numa interrogação central: “num país que já tem bandeira, quem escreve hoje o seu destino?”. A pergunta, de natureza ética e cívica, convida à reflexão sobre a responsabilidade intelectual no presente. Não se trata apenas de comemorar o passado, mas de reconhecer que o processo de construção nacional continua em curso. A escrita permanece um território crucial de intervenção, memória e imaginação. Se antes da bandeira já havia país, importa hoje questionar quem, com palavras e ideias, continua a traçar o seu rumo.

 

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