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Magazine Cultural a divulgar Cabo Verde desde 2010
Brito-Semedo, 9 Mar 22
Quando crianças, éramos extremamente criativos nas nossas brincadeiras, até porque os brinquedos eram raros e os recursos escassos. A nossa necessidade lúdica levava-nos a, frequentemente, activar o modo criativo. Não nos cansávamos e sempre tínhamos coisas para fazer, leia-se, brincar.
Com canas de milho, pena de galinha e uma tirinha de lata fazíamos barquinhos, com latas de graxa e de sardinha fazíamos carrinhos, com meias velhas fazíamos bola de trapo, com pedaços de madeira brincávamos “steak out”... Fazíamos bolhas de sabão com um carrinho de linha, uma latinha com água e um pedacinho de sabão de barra. Era um deslumbramento, sem falar na diversão, ver as bolhas coloridas flutuando ao vento que, pirracento que só, dava um jeito de as estourar num zás-trás: plop! plop! plop!
O chic
Essas bolhas-memória vêm-me a propósito de como muitos dos nossos dirigentes, com pompa e circunstância, ar sério e circunspecto, vão-se divertindo brincando com bolhas coloridas, projectos inovadores e nomes chics em língua estrangeira – como dizia a minha Mãe Liza – que só impressionam os incautos ou os mais distraídos.
A mais recente bolha de sabão deitada ao vento aconteceu neste início de semana no âmbito do lançamento de três prémios de investigação do Programa Nacional da Ciência, para “promover a competição académica e científica em Cabo Verde […] uma oportunidade para promover o mérito na investigação que se realiza no país”. São eles:
(i) Cabo Verde Global Scientific Prize (GSP) – para projectos de investigação concluídos nos últimos 3 anos;
(ii) Cabo Verde Prize for Young Scientists(PYS) – para teses de doutoramento de jovens até 35 anos que tenham sido defendidos nos últimos 3 anos; e
(iii) Cabo Verde Prize for Girls and Women in ICT (PGW) – para trabalhos de mestrado ou doutoramento de meninas e mulheres nas TIC que tenham sido definidos nos últimos 3 anos.
Plop! plop! plop!
O cheque
“Os três prémios estão alinhados no sentido de fomentar a ciência, cada prémio com o valor global de 1500 contos”, lê-se.
Parece que, mais uma vez, se começa pela via inversa, ou seja, por trabalhos já concluídos, resultado de uma investigação para aquisição de um grau académico. Ora, a meu ver, faria mais sentido se os recursos fossem alocados para uma política editorial, que permitisse que os referidos trabalhos – teses e dissertações, que já inferem uma avaliação e aprovação prévias – fossem publicados e, consequentemente, disponibilizados como instrumento de consulta académica e não só. Talvez se se criasse um prémio de iniciação científica, como forma de incentivar – não de competir – o primeiro contacto do universitáiro com a pesquisa académica, fizesse mais sentido.
Um país como o nosso, com dez instituições de ensino superior, onde não há carreiras académicas ou um estatuto de investigador, iniciativas dessas correm o risco se serem meras bolhas de... plop! plop! plop!
– Manuel Brito-Semedo
Esquecer!? Ninguém esquece…
Suspende fragmentos na câmara escura, que se revelam à luz da lembrança...
Olá Brito Semedo. Também apresento m/condolências ...
Bom dia,Apraz-me realçar que li, atentamente, o te...
Boa-noite. Que eu saiba, as crónicas do Nhô Djunga...