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Cabo Verde entre Ilhas e Destinos

Brito-Semedo, 26 Out 25

 

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Apresentada na Universidade de Harvard, no simpósio internacional *A Luta Continua! – 50.º Aniversário da Libertação Africana do Domínio Português*, a conferência “Cabo Verde: Entre Ilhas e Destinos – Insularidade, Crioulidade e Comunidades Atlânticas” analisou a formação histórica e cultural do arquipélago, da Ribeira Grande às comunidades da diáspora, propondo uma reflexão sobre Cabo Verde como ponte atlântica e comunidade global.

 

A conferência propôs uma leitura renovada da identidade cabo-verdiana a partir de duas imagens simbólicas: a cidade-porto e o porto-cidade.

 

A cidade-porto surge como metáfora das origens – a Ribeira Grande, primeira urbe europeia nos trópicos, ponto de encontro de África, Europa e América, onde nasceu a crioulidade. E, em contraponto, o porto-cidade como símbolo de modernidade, com Mindelo a transformar-se em capital cultural e política, modelo que hoje se estende a outras cidades do arquipélago.

 

A insularidade cabo-verdiana é, antes de mais, abertura ao mundo, e a crioulidade deve ser entendida como acto de criação e resistência. A literatura foi a primeira bandeira da nação, com nomes como Jorge Barbosa, Manuel Lopes, António Aurélio Gonçalves e Baltasar Lopes a darem voz ao arquipélago antes da independência.

 

Na segunda parte, destacou-se a diáspora como “décima primeira ilha”, sublinhando a importância das comunidades espalhadas por Boston, Providence, Brockton, Roterdão, Lisboa, Paris, Dakar e Luanda – esta última, em África, símbolo da convivência fraterna entre cabo-verdianos e angolanos.

 

Insularidade, crioulidade e diáspora são também factores diplomáticos e económicos, pilares da estabilidade e da projecção internacional do país. Cabo Verde continua a transformar a escassez em engenho, a diversidade em pertença e a diáspora em cidadania. O mar, que separa e liga, permanece o fio condutor da história e da imaginação cabo-verdiana.

 

No ano em que Cabo Verde assinala cinquenta anos de independência, a conferência concluiu com um apelo a quatro verbos: cuidar, ligar, incluir e aprender – bússola para o futuro de uma nação que é, a um tempo, arquipélago e mundo”.

 

 

Manuel Brito-Semedo

 

 

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