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Brito-Semedo, 23 Out 25

Nos 50 anos da independência, Cabo Verde é chamado a pensar a cultura como motor de desenvolvimento e de soberania. Mais do que herança, a cultura é recurso estratégico, fonte de coesão social e ponte entre as ilhas e o mundo. O desafio cabo-verdiano é transformar a criatividade em política pública e fazer da mestiçagem a força do futuro.
Intervenção apresentada na Conferência Internacional sobre a História Recente de Cabo Verde, sob o tema “Cultura e Futuro: O Desafio Cabo-Verdiano”, realizada no Arquivo Histórico Nacional, na Cidade da Praia, em saudação ao 50.º Aniversário da Independência Nacional.
Cabo Verde chega ao meio século de independência com um património cultural ímpar e uma responsabilidade acrescida: repensar o seu futuro a partir da cultura. Celebração e reflexão cruzam-se num momento em que o país é desafiado a olhar para as suas raízes sem nostalgia e a projectar o porvir com imaginação e coragem.
A cultura cabo-verdiana – mestiça, atlântica e plural – não é apenas memória. É um sistema vivo, um capital simbólico e económico capaz de gerar emprego, valor e reconhecimento internacional. Segundo dados do Observatório Cultural, o sector representa já cerca de 7% do emprego urbano jovem e mais de 10% das receitas turísticas, sinal evidente do seu peso crescente na economia nacional.
Num tempo de globalização acelerada, a defesa da cultura como pilar de soberania torna-se decisiva. Colocar a cultura no centro das políticas públicas é garantir que o desenvolvimento não se mede apenas por números, mas também por identidade, conhecimento e pertença.
Entre as prioridades destacam-se a introdução da história local e da herança cruzada nos currículos escolares; a criação de museus vivos em todas as ilhas; o incentivo à produção artística em crioulo e o reforço de um bilinguismo efectivo nos media e na educação; e uma política nacional do livro e da leitura pública que reconheça o poder transformador da palavra.
No horizonte, sobressai uma proposta emblemática: a criação, em São Vicente, do Centro Internacional da Identidade Plural Atlântica, concebido como plataforma de residências artísticas, investigação e diplomacia cultural. O projecto, previsto para ser aprovado em 2026 e inaugurado em 2030, pretende afirmar Cabo Verde como espaço de encontro e criatividade no Atlântico.
Reconhece-se hoje que a cultura não é ornamento nem luxo: é matéria-prima do futuro. Fazer dela um eixo de desenvolvimento sustentável é o verdadeiro desafio cabo-verdiano – um compromisso que une memória e modernidade, ilhas e diáspora, raiz e asa.
Porque um país que investe na sua cultura investe, afinal, em si mesmo.
– Manuel Brito-Semedo
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