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Magazine Cultural a divulgar Cabo Verde desde 2010
Brito-Semedo, 20 Abr 23
É imperioso todos encontrarem formas de deixar alguma coisa como referência às futuras gerações – Djunga de Biluca, 2009
Djunga de Biluca, de seu nome próprio João Silva, nasceu em Mindelo, a 13 de Fevereiro de 1929, e faleceu esta segunda-feira, 17 de Abril, em Roterdão, aos 94 anos de idade.
O livro De Ribeira Bote a Rotterdam, dado a estampa em 2009, para assinalar os 80 anos do seu autor, é a história de vida (memórias) deste self-made man, uma criança de infância humilde vivida entre São Vicente e Santo Antão, que subiu na vida a pulso conseguindo notoriedade social – “desde o primeiro barco à vela no qual embarcou para Dakar em 1948, aos 19 anos de idade, até à aposentação em 1990, o livro do Djunga nos guia através do labirinto de uma vida multifacetada”, conforme Humbertona, autor do prefácio.
Stóra de nha vida
Páme contóbe stóra de nha vida
Faltme coraja, voz e fé
Pa cada posse cum dá na mundo
M’ta oiá figura di bô imagem
Ta rudiame chei di sodade
Nesse prisão di amargura
Sum ta vivê nesse mundo infeliz
Ê por causa desse amor pa bô
Esse dor que titã torturame nha vida
Ê um recordação que ta ficame na pensamento
Letra de João Silva (Djunga de Biluca)
Música de Luís Morais
Produtor e editor
Djunga de Biluca foi um dos primeiros cabo-verdianos a fixar residência em Roterdão, a segunda maior cidade dos Países Baixos, em 1955, onde frequentou um curso profissional de electrotécnica tendo trabalhado na multinacional companhia Philips.
“Em 1965, Djunga de Biluca fundou uma pequena editora independente, a primeira com selo de Cabo Verde. Em dez anos, a 'Morabeza Records' – primeiro como Casa Silva durante três anos – lançou 40 LPs e uma dezena de EPs que criaram uma pequena revolução”.
A partir de Roterdão, Djunga de Biluca revelou a música de Cabo Verde ao mundo. A 'Morabeza Records' editou a Voz de Cabo Verde, e também Bana, tendo participado nos dois LP intitulados “Mornas de Cabo Verde”, os primeiros discos da Cesária Évora, com Luís Rendall, Djon Rendall e Frank Cavaquinho.
Compositor
Djunga de Biluca é também autor de uma dezena de composições musicais (em parceria com Luís Morais, Tazinho, Tião e Bonga):
. “Fidjo de ninguém”, gravada pelo grupo Cabo-verdianos na Holanda, 1965;
. “Merecimento de mãe”, gravada por Bana, déc. 1960;
. “Abol sem brincadeira”, gravada pela Voz de Cabo Verde, déc. 1960;
. “Sofrimento de Sodade”, gravada pela Voz de Cabo Verde, déc. 1960;
. “Ragoce d’ Mãe”, gravada pela Voz de Cabo Verde, déc. 1960;
. “Stóra di nha vida”, gravada pela Voz de Cabo Verde, déc. 1960;
. “Segredo de nha vida”, gravada por Bana, 1966;
. “Dispidida”, gravada por Tazinho, 1969;
. “Amor di perdição”, gravada por Djosinha, 1972;
. “Ramedi dja tem”, gravada por Bonga, 1974.
Condecorações
Depois da independência Djunga de Biluca foi cônsul-geral na Holanda, Bélgica e Luxemburgo tendo condecorado por Cabo Verde e pelo Reino da Holanda:
. Ordem Amílcar Cabral, 2.º grau, atribuída pelo Presidente da República Pedro Pires, em 2003, “em reconhecimento pelo seu excepcional contributo pela causa da Liberdade e da Independência Nacional, bem como pelo seu empenho na promoção da cultura e dos valores da cabo-verdianidade”;
. Grau de Cavaleiro da Ordem de Orange-Nassau, concedido por Sua Majestade Rainha da Holanda, em 2004, “Dada à sua dedicação e esforço a favor da comunidade cabo-verdiana na Holanda”, e entregue pelo Burgomestre de Roterdão.
Djunga de Biluca deixa um legado que o perpetua na História da Música de Cabo Verde.
– Manuel Brito-Semedo
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