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Homenagem à Rua de Côco d'Outrora

Brito-Semedo, 29 Mai 16

 

Rua de Coco.jpg

Rua de Coco (Foto actual)

 

 

Na Rua de Côco tem um cruz na mei de rua
Ondê tud menine ta jegá botom e dupatrão
Tem loja de Pudjim que ta pagode pa mês
Tem nh’Antonha Solidade que ses rubesode
E que tude menine ta passá pau
Tem bar de nha Nizinha ondê que Tchuff, Nho Djuquinha,
E também Bana, menine de Rua de Côco, ta cantá
Tem casa de Mané Cantante, que tem horta na Rebera Julion
Que ses almoço dominical que B.Leza e Moxim de Monte


Na Rua de Côco tem figuras célebres de marinheiros, de navegadores
Mas também grandes desportistas e figuras de respeito, gente nobre,
Tem Dedenche, nha Gadjome, nha Mar’inceta, Nho Tino, Nha Tina,
Nha Bidjuta, Nha Puldina, Bia de Guida, Nho Jom Miranda,

Fernando de Pudjim, e mas gente que já-me esquecê.

 

Na Rua de Côco ta passá gente pa tcheu camim:
Uns ta bá baia pa trá um dia de traboie
Otes cansode de vida na camim de cemiter
Que música ô sem música sês destine ta passá pa Rua de Côco.
Tem procissão dum qchada de sonte
Ma também tem massongue
Tem casa pa trá espirte rum
Educá bo alma
E traze-be dignidade.

 

Dia de tchi altar Bia de Guida ta lembrá nome de tude gente
Que fraternamente vivê nesse rua
Que ajudá tude gente
Que acolhê na fome gente de fora
E que tude modéstia es marcá pove de Soncent.

 

Rua activa, rua de trabalho, rua de dignidade,
Que ses músicos, ferreiros, lavadeiras e costureiras
De professores e filósofos de pé descalço
Rua orgulhosa de ses fidjes espaiode pa munde
Sempre ta senhá’ voltá pa nôs rua.

 

Rua de Côco ainda tem aquele vintim d’outrora
Que ta bem tud domingo passá na porta de Pudjim
Ta uvi None lembrá de nos gente
Nos rua, nos munde vivo,
na coração de cada menino desse rua.

 

Luiz Silva

 

s.vicente_rua_dos_coqueiros_02.jpg

 s.vicente_rua_dos_coqueiros_03.jpg

 s.vicente_rua_dos_coqueiros_04_frente.jpg

Rua de Côco d'Outrora (Fotos gentilmente cedidas por Joaquim Saial, dono do Blog Praia de Bote

 

 

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7 comentários

De Anónimo a 30.05.2016 às 00:26

Ler esse poema e voltar ao tempo. Um tempo de que tenho saudades, e guardo as melhores lembranças Rua de Coque era meu caminho. a percorria todos os dias, e mais do que uma vez se fosse necessário , porque da minha casa na Tchan de Sumetere a saída para morada era essa rua. Lendo o poema lembrei me de cada casa, e de  cada pessoa. Os rubsode e pirinha das ilha deliciosos de nha Antonia Soledade .De vez enquanto tínhamos a sorte dela tambem vender vilude. Pudjim , posso ve lo na entrada da loja, e chamava me para me dar farinha de pau com acucar num cartucho de papel pardo.   ; Faltou uma casinha que eu guardo no coração . A lojinha de Nho Manel , e de nha Joana, pais de Nha Nizinha do bar, os quais eu adorava . Lembro me que ela dizia que ja eram casados há mais de 60 anos, coisa rara naqueles tempos. Eles deixavam me entrar e ficar brincando de vender milho, feijao etc , medindo tudo nas canecas, em sacos  grandes atras do balcao. Que bom que era 
Obrigada amigo Lalela , por este Blog de saudade , e a Luis Silva que não se esqueceu de quase ninguém e escreveu sobre essa rua com tanta sensibilidade.

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