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Capitão Alberto Pancrácio Lopes

 

Santo Antão, 04.04.1925 – 26.12.2022

 

 

Morreu hoje o capitão de um navio das ilhas.
Não foi  porque ele era bom
e puxava afectuosamente o fumo do seu cigarro
quando falava comigo
que fui ao seu enterro.


Nem tão-pouco porque conheci
as tragédias náuticas
que serviram de alicerce ao único poema,
entre flores e caiado de branco,
que ele escreveu nesta vida.


Fui ao seu enterro porque sou caçador de heranças
e queria confessar a minha gratidão
pela riqueza que ele deixou,
pela sua dimensão desmesurada do mundo
e pela sua incorporação no veleiro em que todos navegamos.

 

– Osvaldo Alcântara

 

in Cântico da Manhã Futura, 1986

 

Post script: O lançamento do meu Falucho  em Junho passado em São Vicente foi ocasião para homenagear os Capitães Alberto Lopes e Valentim Lucas, seu compadre, os últimos "lobos do mar". À saída da cerimónia, o Capitão Alberto Pancrácio confidenciou: "já não morro sem ser homenageado!" – BS

 

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Esquecer!? Ninguém esquece…
Suspende fragmentos na câmara escura, que se revelam à luz da lembrança...

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Jornalista e Poeta Eugénio Tavares

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