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Navio John.jpg

 

Em Novembro de 1947, há 75 anos, na Ponta de Canjana, nas proximidades da Praia Formosa, litoral do Porto Novo, Santo Antão, aconteceu o encalhe do navio norte-americano John Schmeltzer, com um carregamento de cerca de 9.000 toneladas de milho vermelho a granel e alguma quantidade de ração animal em sacos.

 

O navio ficou encalhado nos rochedos com mar a separá-lo da terra. Para além de ser preciso nadar para se chegar perto, não havia como escalar um navio tão alto. O milho de que as pessoas tomaram foi o inicialmente atirado borda fora, na tentativa de fazer soltar o navio, e o milho que caia ao mar, depois, durante as operações de transbordo da carga.

 

“John”, como ficou conhecido este navio da marinha mercante dos Estados Unidos da América, que vinha da Argentina, com destino à Suécia, foi a “salvação do povo”, numa altura em que a fome dizimava os cabo-verdianos, na sequência da fome.

 

O assunto até foi tema de um romance intitulado “Tempo de John”, de autoria de Pitt Reitmaier e António Pedro Delgado, que conta a história da “triste e catastrófica fome de 47” em Santo Antão e o coincidente encalhe desse navio a vapor. O acontecimento é também assunto de um filme do grupo teatral santantonense Juventude em Marcha.

 

Manuel Brito-Semedo

 

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