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Na Esquina do Tempo.png

 

 

Da “esquina” física de Mindelo ao espaço digital, das páginas de um ensaio à crónica no jornal, Esquina do Tempo tornou-se muito mais do que um título: é um lugar de observação, memória e diálogo. Quinze anos depois da sua primeira edição, este percurso mantém-se vivo, reinventando-se continuamente sem perder o seu sabor original.

 

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Rodiá currintim na ded

Brito-Semedo, 19 Mai 17

  

Manuel d'Novas, Anos 70.jpg

Frank Cavaquim_01.jpg

 

 

Rodiá um currintim na ded

E puli es rua d’Soncente

Sô ta criticá na vida d'gente

Espiá trabóie d'home ta fazês mêde[1]

 

“Holandeza q’certeza”, Coladeira

 

Ó Frank bô ê tão mau

Deus ta na céu quê pal oiá[2]

 

“Resposta Menininhas d'Monte Sossego”, Coladeira

MANUEL D’NOVAS

 

A coladeira é um género de música nascido nos anos 1930, consolidando-se nos anos de 1940 e 1950, atingindo o seu auge nas décadas de 1960 e 1970.

 

Com dois polos de desenvolvimento, São Vicente, Mindelo, com Gregório Gonçalves [Ti Goi] (São Vicente, 1920 – 1991), Francisco Vicente Gomes [Frank Cavaquim] (Santo Antão, 1927 – 1993) e Manuel Jesus Lopes [Manuel d’ Novas] (Santo Antão, 1938 – 2009); e Santiago, São Domingos e Praia, com Fulgêncio Tavares [Ano Novo] (Santiago, 1932 – 2004) e Abílio Barbosa Évora [Bilocas] (Praia, 1938 – 1988), a coladeira caracteriza-se por retratar nas suas letras o dia-a-dia das gentes do povo, as peripécias do amor, as paródias, os ridículos, as suas “riolas”, de uma forma satírica e, por vezes, picante.

 

Ti Goi, Frank Cavaquim e Manuel d’Novas, para além dos seu dons de compositor, tinham facilidade e tempo para observar o que acontecia à sua volta captando situações que transformaram em belíssimas coladeiras.

 

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Meu Avô Cabrêr – Estória

Brito-Semedo, 2 Mar 17

 

Bubista.jpg

 

 

Em memória da Mãi Xanda

 

 

Na estória da família da Mãi Xanda (São Vicente, 1936 – 2009), sempre me intrigou a figura do meu avô, João Fidélis Brito, homem simples e carpinteiro, que não cheguei a conhecer porque faleceu cedo, quando a filha tinha 7 para 8 anos, diazá na munde, nos idos de 1944.

 

Farrapos de memórias desse meu avô chegaram a mim de forma esbatida pela linha feminina, através da minha avó Ma Liza e da minha Tia Tá, na verdade, prima direita mais velha da minha mãe:

 

… Pai que, aos sábados, tocado pela bebida, calcorreava a morada e os bairros todos com a filhinha no catxacin

 

… Carpinteiro conhecido e muito procurado porque bom fazedor de caixão, que levava as sobras de alparca (tecido barato de algodão ou viscose, fino e brilhante), para fazer vestidinhos à filhinha querida …

 

… Carpinteiro que caiu de um primeiro andar na morada, na Rua São João, quando colocava as culmeiras na casa de Nhô Gûste Maderênce, de que viria a falecer com 37 anos …

 

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Dô di dô 1.jpg

Grupo "Lombianos", do Carnaval no Mindelo, anos 40/50. Foto arquivo Jorge Martins

 

 

Ao Amigo Humbertona, uma fonte de memórias

 

 

Já-m conchia São Vicente
Na sê ligria, ne sê sabura
Ma'm ke pud fazê ideia
S'na carnaval era más sab

São Vicente e um brasilin
Chei di ligria, chei di cor

……………….

 

Eu já conhecia São Vicente
Na sua alegria, na sua vida agradável
Mas não fazia ideia
Que no Carnaval ainda era melhor

 

São Vicente é um pequeno Brasil
Cheio de alegria, cheio de cor

……………….

 

 

Que “São Vicente é um brasilin”, o trovador Pedro Monteiro Cardoso Rodrigues (n. Fogo, 11.11.1945) já o tinha dito e Cesária Évora, a nossa Cize, levou essa ideia a dar a volta ao mundo, isso já toda a gente sabia.

 

Que o Carnaval do Mindelo é em tudo parecido com o Carnaval do Rio de Janeiro, muita gente também já o sabia.

 

Que foi um “alumbramento” para os nossos escritores regionalistas claridosos descobrir a moderna literatura brasileira, muita gente já o sabia.

 

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Geninho, o Menino do Mar – Estória

Brito-Semedo, 1 Jun 15

 

Barco_1.jpg

 Barco Ernestina. Foto cedida por Maurício de Carvalho, Livraria Nhô Eugénio

  

 

Estória para as minhas Netas Liana Sophia e Nicole Alexandra

 

 

As ilhas de Cabo Verde, devido à sua posição geográfica, a meio caminho de Norte para Sul do hemisfério e entre três continentes, Europa, África e América, foram sempre um lugar de escala para os barcos que sulcam o Atlântico.

 

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Esquecer!? Ninguém esquece…
Suspende fragmentos na câmara escura, que se revelam à luz da lembrança...

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Jornalista e Poeta Eugénio Tavares

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