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Dia claro.jpg

Foto Daniel Monteiro Júnior

 

 

Quando do fundo da noite vier o eco da última palavra submissa

E a patina do tempo cobrir a moldura do herói derradeiro,

 

Quando o fumo do último ovo de cianeto
Se dissipar na atmosfera de gases rarefeitos
E a chama da vela da esperança
Se acender em sol na madrugada do novo dia

 

Quando só restar na franja da memória
Lapidada pelo buril dos tempos ácidos
A estria da amargura inconsequente
E a palavra da boca dos profetas
Não ricochetear no muro do concreto
Da negrura sem fundo de um poço submerso

 

Sejais vós ao menos infância renovada da minha vida
A colher uma a uma as pétalas dispersas
Da grinalda dos sonhos interditos.

 

Arnaldo França, in Claridade, n.º 9,  Dezembro de 1960

 

 

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Esquecer!? Ninguém esquece…
Suspende fragmentos na câmara escura, que se revelam à luz da lembrança...

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